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China ou EUA? Os números mostram a supremacia da China como maior parceiro comercial do Brasil

Brasília – De janeiro a agosto, as exportações brasileiras para a China tiveram uma alta de 14% e totalizaram US$ 47,3 bilhões e mesmo com uma queda de 8,1% as importações procedentes do gigante asiático somaram Us$ 21,7 bilhões. Com uma expressiva corrente de comércio de US$ 69,1 bilhões (alta de 6% em relação ao mesmo período do ano passado), o comércio bilateral com os chineses gerou para o Brasil um superávit de US$ 25,5 bilhões.

A China foi o destino final de 34,2% das exportações e por 21,4% das importações totais do Brasil no período. Esses números confirmam a consolidação da China como principal parceiro comercial do Brasil, com ampla margem sobre os Estados Unidos, o segundo país no ranking do comércio exterior nacional.

E enquanto os dados estatísticos mostram um sólido crescimento no fluxo de comércio com os chineses, eles revelam exatamente o oposto no tocante aos Estados Unidos. Nos oito primeiros meses deste ano, as exportações para o mercado americano tiveram uma forte retração de 32,3% para US$ 13,4 bilhões, enquanto as vendas americanas, recuaram 17,6% e somaram pouco mais de US$ 16,4 bilhões.

A corrente do comércio bilateral totalizou US$ 29,9 bilhões, com um superávit americano de pouco mais de US$ 3 bilhões. A participação dos Estados Unidos no comércio exterior brasileiro foi de 9,71% e 16,1%, respectivamente nas exportações e importações brasileiras. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.

E se os grandes números do comércio indicam um amplo protagonismo chinês, os dados relativos à participação dos principais produtos da pauta exportadora com os dois parceiros mostram uma importância ainda maior da China como destino final das vendas externas brasileiras.

De janeiro a agosto, a China foi o maior comprador de todos os principais produtos exportados pelo Brasil. As vendas da soja, carro-chefe das exportações nacionais, tiveram nos chineses seu maior cliente, com uma participação de 39% no volume total embarcado e uma receita de US$ 18,6%, alta de 26,3% (US$ 3,9 bilhões comparativamente com o mesmo período de 2019). Em relação aos minérios de ferro, a China também ocupou o primeiro lugar do ranking, com importações no valor de US$ 9,7 bilhões (alta de 12% sobre o total importado no ano passado), correspondentes a 21% das vendas externas dessa commodity. O mesmo aconteceu com o petróleo, do qual a China foi também o maior importador, com um total de US$ 8,7 bilhões (queda de 13%), responsáveis por 18% das exportações realizadas pela Petrobras. A China foi ainda o principal mercado para as exportações de carne bovina (US$ 2,5 bilhões) e celulose (US$ 1,85 bilhão).

Enquanto os embarques para a China registraram altas expressivas em todos os principais produtos da pauta exportadora, os números da Secex indicam situação diametralmente oposta em relação às vendas para os Estados Unidos. Todos os cinco itens mais exportados, sem exceção, tiveram quedas significativas nos embarques para o mercado americano.

Os produtos semiacabados de ferro ou aço, por exemplo, tiveram retração de 31% para US$ 1,36 bilhão. As vendas de petróleo recuaram 61% para US$ 739 milhoes. Os outros produtos que integram a relação dos cinco líderes da pauta exportadora para os EUA igualmente apresentaram quedas significativas: demais produtos da indústria de transformação, queda de 17% para US$ 585 milhões; celulose, contração de 28% para US$ 663 milhões; e aeronaves, com um tombo recorde de 59% e receita de apenas US$ 549 milhões.

Mas uma ligeira avaliação dos números do comércio brasileiro com seus dois maiores parceiros também mostra um fato relevante: enquanto a China praticamente concentra suas importações do Brasil em produtos básicos, de baixo valor agregado, as trocas com os Estados Unidos seguem na direção oposta e a participação dos produtos manufaturados para o mercado americano se situa a anos-luz das importações chinesas.

E ao passo que apenas três produtos (soja, minérios de ferro e petróleo) respondem por 78% das vendas totais para a China, numa pauta que não conta com a participação de nenhum produto industrializado entre seus destaques, as exportações para os Estados Unidos contemplam um grande número de bens de alto valor agregado, como, por exemplo, aeronaves da Embraer.
Os destaques nas vendas para os EUA são produtos semiacabados de ferro ou aços, petróleo,

demais produtos da indústria de transformação, celulose e aeronaves. À exceção do petróleo, nenhum desses produtos aparece, ainda que residualmente, nas exportações brasileiras para a China.

 

Fonte: Comex do Brasil

Publicado em 16 de setembro de 2020

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