CCJ da Assembleia catarinense desidratou o projeto, reduzindo a economia de R$ 18 bilhões para R$ 2 bilhões. O déficit financeiro mensal com o pagamento de benefícios previdenciários é de cerca de R$ 320 milhões.
O governador Carlos Moisés retirou da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (28) a proposta de Reforma da Previdência encaminhada no fim do ano passado. Segundo o chefe do Executivo, a retirada se dá para evitar a aprovação de alterações que descaracterizam a proposta enviada, reduzindo consideravelmente a economia planejada para os próximos anos. De acordo com previsão do Instituto da Previdência de Santa Catarina (Iprev), com as mudanças, a economia projetada de R$ 18 bilhões seria reduzida em R$ 16 bilhões.
De acordo com o presidente do Iprev, Kliwer Schmitt, apesar do apoio de alguns parlamentares, o projeto acabou descaracterizado por modificações realizadas pelo Parlamento. “Embora todos os esforços empreendidos pela equipe de governo e alguns deputados, a proposta hoje aprovada na Comissão de Constituição e Justiça não dá uma perspectiva de trazer os resultados esperados para Santa Catarina e os catarinenses”, avaliou.
Mario Cezar de Aguiar, presidente da Federação da Indústria de Santa Catarina (Fiesc), se manifestou sobre o assunto. “Concordamos com a retirada por conta que é um projeto extremamente importante e que precisa ser muito bem discutido com a sociedade para trazer resultados positivos para o Estado”, declarou por meio de vídeo nas redes sociais.
Em 2016, o número de aposentados e pensionistas ultrapassou o de servidores em atividade. Atualmente, Santa Catarina registra 67,1 mil aposentados e pensionistas – que equivale a 56,2% do total de segurados – contra 52,2 mil servidores na ativa, representando 43,8%. Mensalmente, o déficit financeiro do Poder Executivo com o pagamento de benefícios previdenciários é de cerca de R$ 320 milhões, alcançando, em 2019, R$ 4 bilhões. A despesa do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), em 2018, superou em 2,3 vezes o orçamento liquidado da segurança pública. O valor supera ainda em 1,72 vezes o investido na educação e 1,73, na saúde.
REDAÇÃO: Atualizado
Fonte: Amanhã