De janeiro a maio de 2020, o setor portuário brasileiro (portos organizados + terminais de uso privado) movimentou 436,445 milhões de toneladas. O número representa um crescimento de 3,98% em comparação com igual período do ano passado. Os números são do Estatístico Aquaviário da ANTAQ.
Os terminais privados foram responsáveis pela movimentação de 282,599 milhões de toneladas (64,8% de participação). Já os portos organizados movimentaram 153,846 milhões de toneladas (35,2% de participação).
A movimentação de cargas nos portos privados, de janeiro a maio de 2020, registrou crescimento de 2,74% em relação ao mesmo período de 2019. No caso dos portos organizados, crescimento foi de 6,34%.
Nos primeiros cinco meses do ano, Santos movimentou 46,2 milhões de toneladas: melhoria de 10,45% em comparação com o mesmo período de 2019. O Porto de Santos lidera o ranking de movimentação em se tratando de portos organizados. Nos terminais de uso privado, o Terminal da Ponta da Madeira (MA) aparece em primeiro, com 64,7 milhões de toneladas: um crescimento de 0,91% em relação aos primeiros cinco meses de 2019.
Mercadorias
O minério de ferro foi a carga mais movimentada no setor portuário brasileiro nos primeiros cinco meses do ano: 121,7 milhões de toneladas. Em seguida, vieram o petróleo e derivados, com 103,5 milhões de toneladas. Em terceiro, aparece a soja: 62,1 milhões de toneladas.
Maio
Analisando apenas o mês de maio, o setor portuário movimentou 94,6 milhões de toneladas: um crescimento de 3,50% em comparação com o mesmo mês de 2019.
Boletim Aquaviário do 1º trimestre traz dois novos indicadores
Disponível para consulta no portal da ANTAQ na Internet, o Boletim Informativo Aquaviário do 1º Trimestre de 2020 traz dois novos indicadores que, agora, comporão as edições trimestrais do documento. Assim, além da análise da movimentação portuária e do transporte de cargas no trimestre, o leitor também visualizará o valor do THC (Terminal Handling Charge) nos principais terminais portuários do mundo e o índice de utilização da frota de navios porta-contêineres na cabotagem.
Com relação ao THC, foi possível constatar, por exemplo, que no terminal da Santos Brasil, no porto de Santos/SP, o preço padrão para movimentação de um contêiner de 20′ no sentido exportação variou de US$ 127 a US$ 154, dependendo do transportador marítimo, ao passo que no Porto de Buenos Aires esse valor variou de US$ 205 a US$ 230; em Roterdã, de US$ 223 a US$ 255; e em Hamburgo, de US$ 255 a US$ 271.
Quanto à frota de embarcações que realizam serviços regulares na navegação de cabotagem, o índice de utilização atingiu 77,4% em março, apontando para uma elevada utilização das embarcações disponíveis.
Já em relação às estatísticas de movimentação dos portos públicos e portos privados, o documento aponta um decréscimo de 1,1% (2,7 milhões de toneladas) no primeiro trimestre deste ano em comparação com igual período do ano passado. Mas, mercadorias como açúcar e soja, petróleo e derivados apresentaram crescimento na movimentação no período.
De acordo com o Boletim da ANTAQ, a demanda chinesa aquecida pelos produtos agrícolas do Brasil, o câmbio favorável e a maior produção de combustíveis justificam o desempenho positivo desses produtos. O destaque negativo foi o minério de ferro, principal produto movimentado nas instalações portuárias brasileiras, que apresentou decréscimo de aproximadamente 18% na movimentação. Tal resultado deveu-se a questões operacionais da VALE, bem como a condições climáticas mais severas.
Considerando o tipo de navegação, destaque para o crescimento de 14,9% na movimentação de cargas provenientes ou destinadas à cabotagem, sendo que a movimentação de contêineres nesse tipo de navegação cresceu 9,8% (em TEUs) em relação ao primeiro trimestre de 2019. Já o transporte de cargas na cabotagem cresceu 16,6%, tendo sido transportadas 45,8 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2020.