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Vantagens e desafios do regime de Drawback para importadores brasileiros

O Regime Aduaneiro Especial de Drawback, instituído pelo Decreto-Lei nº 37/1966 e aperfeiçoado por diversas normas posteriores, se configura como um instrumento essencial para o comércio exterior brasileiro, projetado para incentivar as exportações.

Ao pleitear o uso do drawback, as empresas conseguem otimizar suas operações, reduzir a carga tributária e ampliar sua presença no mercado internacional.

Continue conosco neste artigo e saiba mais sobre o que é o regime de drawback e quais são seus benefícios e desafios.

O que é drawback?

O regime aduaneiro especial de drawback permite suspender ou eliminar tributos incidentes na importação ou na aquisição no mercado interno de insumos empregados na industrialização de produtos com destino à exportação.

Permite-se a utilização do drawback apenas mediante registro e deferimento de um Ato Concessório (AC), que é um documento eletrônico necessário para a obtenção do regime. Ele vincula todos os processos de importação e aquisição no mercado interno de insumos, além do processo de exportação do bem industrializado.

Todo esse processo visa a diminuição de custos de produção das mercadorias, oferecendo vantagens para empresas que exportam seus produtos.

diminuição de custos no drawback

Pode-se aplicar o drawback em diversas operações de industrialização. No entanto, ele pode ser concedido através de três modalidades principais: suspensão, isenção e restituição de tributos. As duas primeiras modalidades são mais utilizadas no dia a dia, enquanto a terceira, na prática, está em desuso. Vamos entender cada uma delas em seguida:

Suspensão integrado

Esta é a modalidade de drawback mais utilizada no Brasil, pois consiste na suspensão de tributos incidentes sobre a aquisição, no mercado interno ou via importação, de mercadorias para emprego ou consumo na industrialização de produtos, visando sua posterior exportação. 

A empresa beneficiária assume o compromisso de exportar os bens produzidos a partir dos insumos adquiridos ao amparo do regime, nas condições e prazos definidos na legislação. Na prática, essa suspensão se converte em isenção com a efetiva exportação do produto final. Aqui os tributos suspensos são o II, IPI, PIS, COFINS, AFRMM e ICMS (apenas na importação).

Isenção integrado

Modalidade indicada para reposição de estoques que permite importar ou adquirir no mercado interno insumo equivalente à consumida/empregada no processo produtivo de um produto já exportado.

O drawback Isenção possibilita a isenção ou redução de tributos incidentes na importação ou aquisição doméstica de mercadoria previamente exportada, para reposição de estoques. Neste caso, não há recolhimento de II, IPI, PIS, COFINS e AFRMM.

Restituição

Essa modalidade, ainda que não utilizada na prática, trata da restituição dos tributos pagos na importação de insumo importado utilizado na produção de bem exportado.

Como o benefício fiscal do drawback acontece na prática?

Entendemos que o principal objetivo do regime de drawback é a redução de encargos fiscais e custos financeiros do processo produtivo referente a um produto destinado à exportação.

Após analisar qual benefício melhor se encaixa em sua realidade, a empresa pode solicitar o drawback diretamente no Siscomex. Este é o portal do governo federal brasileiro que dá acesso a um sistema de registros utilizado exclusivamente para operações de comércio exterior), por meio de um Ato Concessório. Em seguida, a SECEX (Secretaria de Comércio Exterior), órgão do governo a quem compete a avaliação do Ato Concessório, irá analisar e conceder ou não o benefício.

Leia também: Benefícios fiscais: Um guia prático para redução de custos

Quais os desafios do drawback para os importadores?

O regime de drawback tem alcance geral e é um dos mais utilizados entre pequenos, médios e grandes exportadores.

É totalmente democrático, pois independe de volume de mercadoria exportada. Também se aplica a qualquer segmento da indústria e não distingue país de exportação do produto final ou importação de insumos. Além disso, permite o uso concomitante com outros regimes aduaneiros especiais, como o entreposto aduaneiro.

Embora o regime de drawback ofereça uma série de benefícios como listados acima, existe uma série de desafios que as empresas podem enfrentar ao aderir a esse sistema. Em seguida, entenderemos melhor quais são estes desafios e como podemos enfrentá-los:

Sistema de gerenciamento

Após escolher o sistema que melhor se encaixa à realidade da empresa, deve-se gerenciar o Ato Concessório, para que as regras sejam cumpridas conforme o regime estabelecido. Porém, essa gestão é complexa e requer um acompanhamento cauteloso, experiente e quase diário, a fim de garantir a conformidade das regras impostas pelo regime.

Este acompanhamento inclui o gerenciamento dos requisitos de documentação e a manutenção dos registros de forma precisa e de acordo com o solicitado pelo regime.

acompanhamento do drawback

Cumprimento dos prazos

Independentemente da modalidade de drawback escolhida pela empresa, o cumprimento dos prazos é mandatório. Estes prazos são específicos para a exportação dos produtos fabricados com os insumos importados ou adquiridos no mercado nacional, autorizados através do Ato Concessório deferido.

Caso a empresa não respeite esses prazos, os impostos que foram suspensos ou isentos antecipadamente podem ser cobrados com juros e multa.

Viabilidade econômica

Antes de optar por utilizar o regime aduaneiro especial de drawback em seus processos, convém realizar uma análise detalhada para entender a sua viabilidade.

Para isso, é importante que a empresa avalie a regularidade de suas exportações e verifique a economia em cada item consumido no processo produtivo. Afinal, em alguns casos, a margem de lucro da operação e a economia apresentada para cada tipo de mercadoria podem não compensar todo o esforço demandado, podendo inviabilizar o sistema de gerenciamento e cumprimento de prazos que o regime exige.

Sendo assim, é indispensável fazer uma análise prévia de qual é a modalidade que melhor se encaixa e se existe viabilidade econômica para implementar este processo.

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