Você já ouviu falar sobre a Balança Comercial e os segmentos que mais se destacaram nos primeiros meses de 2024?
As trocas estabelecidas com o restante do mundo resultam na balança comercial, que é um importante indicador econômico de um país.
Isso porque além de demonstrar a relevância do país no comércio internacional, a balança comercial pode influenciar a taxa de câmbio nele praticada e suas políticas protecionistas.
Ela pode igualmente servir como parâmetro para analisar as dificuldades e vantagens das relações comerciais e diplomáticas firmadas.
Por isso, hoje entenderemos o que é a balança comercial, como ela é calculada e alguns números de 2023 e do primeiro trimestre de 2024.
O que é balança comercial e como é calculada?
Resumidamente, trata-se da junção entre as exportações e as importações de um país em determinado período e, como vimos anteriormente, é um importante indicador econômico.
Assim, obtém-se o resultado da balança comercial a partir de diferença entre os valores de exportação e os valores de importação. Dessa forma, temos o saldo comercial.
Em outras palavras, faz-se o seguinte cálculo: valores das exportações – valores das importações = saldo comercial. Como resultado deste cálculo, classifica-se o saldo comercial da seguinte forma:
- Superávit : dizemos que o saldo comercial é positivo (ou superavitário) quando o valor das exportações supera o valor das importações;
- Déficit: dizemos que o saldo comercial é negativo (ou deficitário) quando o valor das importações supera o valor das exportações;
- Equilíbrio: dizemos que o saldo comercial está em equilíbrio quando o valor das importações é igual ao valor das exportações.
Com este dado, é possível analisar, por exemplo, a capacidade de compra do país internacionalmente e se a economia depende das relações com outro país específico.
Outro conceito que devemos abordar é o de corrente comercial. Trata-se, nada mais nada menos, da soma entre as importações e as exportações do país no período analisado. Assim, representa o volume do comércio internacional do país em questão, sem especificar se se trata de compras ou de vendas.
Como foi a balança comercial brasileira em 2023?
Antes de adentrarmos nos segmentos que mais se destacaram nos primeiros meses de 2024, vamos analisar a balança comercial brasileira em 2023.
Os dados apresentados neste e nos tópicos adiantes foram retirados do ComexVis, portal de estatísticas de Comex do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
No ano passado, o Brasil exportou US$ 339,6 bilhões, que representou um aumento de 1,7% com relação ao ano anterior, 2022.
Em contrapartida, nosso país importou US$ 240,7 bilhões no período, 11,7% a menos na comparação anual.
Dessa forma, tivemos um superávit na balança comercial de US$ 98,9 bilhões.
Só para ilustrar, os principais produtos exportados em 2023 foram:
- Soja: US$ 53,2 bilhões (16% de participação);
- Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus: US$ 42,6 bilhões (13% de participação);
- Minério de ferro e seus concentrados: US$ 30,6 bilhões (9% de participação);
- Açúcares e melaços: US$ 15,8 bilhões (4,6% de participação); e
- Milho moído, exceto milho doce: US$ 13,6 bilhões (4% de participação).
Ainda tratando da exportação, nossos principais parceiros comerciais foram: China (30,7%), Estados Unidos (10,9%), Argentina (4,9%), Holanda (3,5%) e México (2,5%).
Por outro lado, os principais produtos importados neste período foram:
- Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos): US$ 17,3 bilhões (7,2% de participação);
- Adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos): US$ 14,6 bilhões (6,1% de participação);
- Demais produtos – Indústria da Transformação: US$ 10,8 bilhões (4,5% de participação);
- Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus: US$ 9,1 bilhões (3,8% de participação); e
- Válvulas e tubos termiônicas, de cátodo frio ou foto-cátodo, diodos, transistores: US$ 9,1 bilhões (3,8% de participação).
Aqui, a saber, nossos principais parceiros comerciais foram: China (22,1%), Estados Unidos (15,8%), Alemanha (5,4%), Argentina (4,9%) e Rússia (4,1%).
Os segmentos que mais se destacaram nos primeiros meses de 2024
Em seguida, olharemos especificamente para os segmentos que mais se destacaram na Balança Comercial nos primeiros meses de 2024.
No primeiro trimestre deste ano de 2024 (janeiro, fevereiro e março), o Brasil já exportou US$ 78,2 bilhões.
Neste mesmo período, foram US$ 59,1 bilhões importados, alcançando um superávit de US$ 19 bilhões de dólares.
Em seguida, veremos quais foram os principais produtos importados e exportados nesse período.
Na importação
Primeiramente, veremos os segmentos e produtos que mais se destacaram no primeiro trimestre de 2024 na importação, que são:
- Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos): US$ 3,9 bilhões (6,7% de participação);
- Demais produtos – Indústria da Transformação: US$ 2,7 bilhões (4,5% de participação);
- Válvulas e tubos termiônicas, de cátodo frio ou foto-cátodo, diodos, transistores: US$ 2,4 bilhões (4,1% de participação);
- Adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos): US$ 2,2 bilhões (3,7% de participação); e
- Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus: US$ 2 bilhões (3,4% de participação).
Na importação, nossos principais parceiros comerciais foram: China (23,9%), Estados Unidos (15,2%), Alemanha (5,4%), Argentina (4,6%) e Rússia (3,7%).
Na exportação
Por fim, veremos os segmentos que mais se destacaram nos primeiros meses de 2024 na exportação brasileira, que são:
- Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus: US$ 11,2 bilhões (14% de participação);
- Soja: US$ 9,8 bilhões (12% de participação);
- Minério de ferro e seus concentrados: US$ 8,1 bilhões (10% de participação);
- Açúcares e melaços: US$ 4,8 bilhões (6,1% de participação); e
- Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos): US$ 2,8 bilhões (3,6% de participação).
Além disso, ainda sobre a exportação brasileira, nossos principais parceiros comerciais foram: China (29,4%), Estados Unidos (12,6%), Argentina (3,5%), Holanda (3%) e Singapura (2,4%).
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